Jalusa Correia era uma bela mulher, morena de vastos cabelos negros, tinha
ainda magníficos olhos verdes que a todos encantava. Aos dezessete anos se
casou e teve dois filhos, que foram por algum tempo a razão de sua existência.
Quando estava prestes a completar seu vigésimo terceiro aniversário uma
tragédia abateu-se sobre ela, seu marido e filhos faleceram em um pavoroso
acidente de trem e da noite para o dia tornou-se uma pessoa imensamente triste
e solitária. Por muitos anos carregou o peso na consciência por não estar com
eles nesse momento. Culpava-se intimamente porque nesse fatídico dia tivera uma
indisposição séria e não quisera acompanhá-los na pequena viagem que
mensalmente faziam à cidade vizinha. O remorso a torturava como se com isso
conseguisse diminuir o tamanho de sua dor.
Dez anos se passaram até que Jalusa voltasse a sorrir, apesar do coração
em
frangalhos. Foi nesse período que Jorge apareceu em sua vida. O jovem
viúvo
logo se tomou de amores pela solitária e encantadora mulher. Conhecendo o
trauma vivido por ela, teve a certeza de haver encontrado a mãe que sua
filha
precisava. A pequena Lourdes ficara órfã muito cedo e com apenas seis
anos não
conseguia esquecer a morte de sua genitora, tornando-se uma criança
frágil e assustadora. Não demorou muito para que se casassem. No inicio
Jalusa foi
exemplar, como mãe e esposa, de repente, sem entender o motivo, começou a
odiar
a pequena menina. Lourdes a irritava, cada palavra dita por ela, entrava
em
seus ouvidos como uma ofensa. A menina apanhava por qualquer coisa, eram
palmatórias, surras de cipós e puxões de cabelo que a deixavam
inteiramente
dolorida. Com medo de dizer ao pai o que ocorria em sua ausência,
Lourdes foi
ficando a cada dia mais amarga e triste. Seus únicos momentos de alegria
eram
os passeios que fazia com o pai. Sempre que Jorge perguntava o que
estava
acontecendo ela mentia dizendo sentir saudades da mãe.
O ódio de Jalusa pela criança só aumentava, cada vez que a menina chegava perto
dela, a lembrança de seus próprios filhos a atormentava: - Como pode uma
criatura indecente dessas estar aqui, viva ao meu lado, e meus filhos lindos,
mortos? - Era sempre nesses momentos que a menina era mais agredida. Um dia
Jorge resolveu fazer uma surpresa e retornar mais cedo a casa. Ao entrar
devagar para não ser notado, ouviu os gritos: - Sai vagabunda! - acompanhado do
som de um tapa - abriu a porta justamente no instante em que sua filha era
atirada contra um canto da parede. Num átimo, percebeu tudo que estivera
ocorrendo em sua ausência. Correu até a mulher e a esbofeteou com rancor
exigindo que saísse de sua casa imediatamente. Desse dia em diante, Jalusa
passou a morar nas ruas, mendigando e xingando todas as crianças que lhe
passassem por perto. Às vezes, chorava muito, mas logo se erguia e gargalhava
alto. Em uma noite de intenso frio, seu espírito foi arrancado do corpo e
levado para zonas sombrias onde por muitos anos procurou respostas para as
mazelas passadas em vida. Depois de ter contato com suas vidas pregressas,
percebeu os erros que cometia a cada encarnação onde sempre era a causadora de
grandes males causados a crianças e suplicou ajuda para o ressarcimento de suas
culpas.
Hoje, na vestimenta fluídica de Pombagira das sete Saias, procura sempre uma
maneira de atender aos que a procuram com simpatia e carinho. Quem a conhece em
terra sabe de sua predileção por jovens mães e o respeito que nutre por todas
as crianças. Está enfim a caminho de uma grandiosa evolução. Laroiê Dona Sete
Saias!
Essa
Pombagira Cigana possui uma história bastante peculiar de solidão e
sofrimento. Nasceu na Baviera (Bayern - popularmente conhecida por Bavária),
uma das maiores regiões da Alemanha. Seu nascimento foi muito festejado
por seus pais, que pertencia a religião pagã dos Celtas -
o Druidismo. Ela seria uma sacerdotisa (Druidesa) e desde muito cedo
aprendeu a arte de curar, os nomes das ervas e a interpretar os sinais da
natureza. Aos doze anos era uma linda menina que conhecia muito de sua antiga
religião.
Nessa
época a Inquisição fazia incursões pela Europa caçando "bruxas" e
antigos seguidores das religiões ancestrais. Seus pais sempre mantinham tudo
muito bem guardado e escondido num porão. Mas, alguém os delatou e a Inquisição
bateu em sua porta. Seus pais foram presos, julgados e condenados. Seu irmão
foi degolado ali mesmo. E ela, por ser menina, foi preservada e levada até a
Itália, para ser a serva de um importante Bispo. Durante um ano tentou em vão
escapar. Quando a oportunidade surgiu, ela apunhalou seu captor e conseguiu
fugir. Foi ajudada por um guarda em troca de favores sexuais.
Atravessou
a Itália, com a intenção de retornar à Alemanha, mas quando soube das Guerras
que por lá estavam acontecendo, decidiu ir para a França. Já estava com 17 anos
e toda a sua inocência havia se perdido. Agora conhecia a realidade da vida e a
crueldade do homem. Sobreviveu na travessia, escondendo-se pela estrada,
viajando a noite e trocando favores como podia. Ela chegou ao sul da
França em 1728 e se instalou numa choupana abandonado próximo a um vilarejo.
Com o tempo, começou a praticar sua antiga religião e começou a ser
procurada por aqueles que precisavam de ajuda. Ganhou a confiança do vilarejo e
pode viver tranquilamente por vinte anos. Nunca quis casar, porque ainda
lembrava os maus tratos que sofreu, quando menina, nas mãos de seu captor.
Porém, a Inquisição voltou a encontrá-la e dessa vez não escapou. Foi presa,
julgada e condenada por prática de bruxaria. Torturam-na e enforcaram-na numa
encruzilhada da vila. Muitos no vilarejo também foram mortos. Durante algum
tempo seu espírito vagou querendo vingança e perseguindo aqueles que a
condenaram. Quando foi recolhida à Aruanda compreendeu sua história e relembrou
sua missão de vida. Foi convidada a ficar e a trabalhar; poderia usar todo o
seu conhecimento ancestral e auxiliar a quem necessitasse. Assim, tornou-se a Pombagira
Cigana das Encruzilhadas, porque seu espírito viajou muito e conheceu
muitas estradas...
Ela viveu aproximadamente a 2.300 anos antes de
Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita
terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na
primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e
amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu
parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só
praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um
cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes
eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e
dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até
morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há
muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o
sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua
mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz
a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta,
várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA
CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um
Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe
(avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela
colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou
com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa
Caveira.
Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de
modo diferente pelas suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu
aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas
e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e
começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois
havia nascido em cima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de
caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais
raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar
com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda
de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que
ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu
pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também a
ensinou a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe
lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e
principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. Foi ai que suas irmãs
ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma
grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais
ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração
da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por
vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido em cima de um
cemitério.
Foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a
história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês
que a tornou Rainha. Passaram-se alguns anos e o Rei veio a falecer. A rainha
passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte
indignados porque ela não teve filho para deixar o trono como herança e
tampouco parente sangue azul para substituí-la após a sua morte. Devido a
tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que
trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real
convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda
maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranquilidade
que já não tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido
pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em
casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu
trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se. Não demorou
muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se
titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa
rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo
começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido.
Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi
encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das
encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu
lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e
guerreando com inimigos astrais... O feito deste casal no astral tornou-se tão
conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como
Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles
passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos
milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas
o maior reino do astral médio superior. Passaram-se muitos anos e o Rei que
havia envenenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi
resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado
até ela. O homem ainda atômico sem entender ainda o que estava acontecendo com
ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a
servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por tê-la envenenado. E
hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são
entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita
importância no mundo astral superior e inferior.A Pombagira Rainha
das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado
trazendo na mão um cetro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras, pois
ela é muito exigente. A Pombagira Rainha das 7 Encruzilhadas também é
conhecida no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia
idade, muito reservada , educada, inteligente e culta. Ao contrário que muitas
pessoas pensam... é uma entidade calma e tranquila, mais quando chega ao mundo
para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde expressa todo
o seu poder de vitórias.Fonte:http://www.iledexapana.brtdata.com.br/
Venho avisar que o Blog passara por
mudanças, pois tenho recebido grandes informações que estão tendo problemas com
algumas postagens e para ouvir os pontos, nós temos algumas postagens novas
para estar publicando, porém antes disso vamos melhorar a aparência e alguns
problemas técnicos.
Peço desculpa pelo inconveniente e
qualquer coisa entrem em contato conosco.
Obrigado
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Homenagem a Nanã Buruquê comemorado dia 26 de Julho.
“Nanã é o Principio,
o meio e o fim; o nascimento,
a vida e a morte”
Nanã Buruquê
Nanã de Buruquê a mais
velha divindade do Panteão, associada ás águas paradas, a lama dos pântanos, ao
lodo do fundo dos rios e dos mares. É tanto reverenciada como sendo a divindade
da vida, como da morte. Seu símbolo é o Ibiri – Um feixe de ramos de folha de
palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios.
Nanã é a chuva, garoa.
O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento uma limpeza de grande
força, uma homenagem a este grande orixá.
Nanã Buruquê representa
a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com
as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de
Deus, sendo, portanto, também sua criação simultânea a da criação do mundo.
“Com a junção da água e
a terra surgiu o barro, o barro com o sopro divino representa o movimento, o
movimento adquire estrutura, e com isso surgiu a criação do Homem. ”
Portanto, para alguns,
nanã é a divindade suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela
responsável pelo elemento barro, que deu a forma ao primeiro homem e de todos
os seres viventes da terra, e da continuação da existência humana e também da
morte.
Nanã faz o caminho
inverso da mão da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas
dos que Oxum colocou no mundo real. É a Deusa do reino da morte, sua guardiã,
quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
Muitos são, portanto,
os mistérios que Nanã esconde, pois nele entram os mortos e através dela são
modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá
acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivencia de
um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã.
Nanã forma par com
Obaluaê. E enquanto ela atua na encarnação ou desencarnação do espirito, ele
atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), essa
passagem é feita por nosso Pai Obaluaê que é o “Senhor das Passagens” de um
plano para o outro.
Nanã esta grande Orixá,
mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem
o domínio sobre as enchentes, as chuvas bem como o lodo produzido por essas
águas.
Características dos Filhos de Nanã Buruquê
Uma pessoa que tenha
Nanã como Orixá da cabeça, pode levar em conta principalmente a figura da avó:
Carinhosa as vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero. Não
tem muito senso de humor, o que a faz valorizar de mais pequenos incidentes e
transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma
grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha
do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e
o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã através de seus filhos de santo, vive
voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades
dos outros.
Às vezes, porém, exige
atenção e respeito que julga devido, mas não obtido dos que a cercam. Não
consegue entender como as pessoas comentem certos enganos triviais, como optam por
certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo
de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar
que nem todos pensem da mesma forma que ela.
Todos esses dados
indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o
restante da sociedade, desejarem a volta da situação do passado, modos de vida
que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou ta voltando para trás:
São aquelas que reclamam das viagens especiais, dos novos costumes, de nova
moralidades....
Quanto á dados físicos,
são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente
têm.
Os filhos de Nanã são
calmos e benevolentes, agindo sempre com dignidade e gentileza. São pessoas
lentas no exercício de seus afazeres, julgando haver tempo para tudo como se o
dia fosse durar uma eternidade. Muito afeiçoadas ás crianças, educam-nas com
ternura e excesso de mansidão, possuindo tendência a se comportar com a
indulgência das avós.
O tipo psicológico dos
filhos de Nanã á introvertido e calmo. Seu temperamento é severo. Pouco
feminina. Por medo de amar e sofrer ela dedica sal vida ao trabalho a vocação a
ambição social.
Comidas Ritualísticas de Nanã Buruquê
Canjica
branca
Canjica branca cozida
no leite de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel
por cima, e uvas brancas se desejar.
Berinjela
com Inhame
Berinjela aferventada e
cortada verticalmente em 4 partes; Inhame cozido em água pura, com casca, e
cortados em rodelas; arrumados em um alguidar vidrado, regando com mel.
Paçoca
de Amendoim
Amendoins torrados e
moídos misturados com farinha de mandioca crua, açúcar e uma pitada de sal.
Como todos os orixás é
representado por um santo católico, a Nanã não seria diferente. Nanã é
representada por Santa Ana ou Santana. O nome Ana vem do hebraico “Hanna” que
significa Graça.
Santa Ana se casou
jovem como toda moça em Israel naquele tempo. A tradição diz que São Joaquim
era um homem de posses e bem situado na sociedade. Ambos viviam em Jerusalém ao
lado da piscina de Batesda, onde hoje está a Brasílica de Santana.
Santa Ana, porém, tinha
um grava problema; era estéril. Não conseguia engravidar mesmo depois de anos
de casada. Em Israel daquele tempo a esterilidade era sempre atribuída a mulher
por causa da falta de conhecimento. A mulher estéril era vista como amaldiçoada
por Deus. Por isso, Santa Ana sofreu grandes humilhações. São Joaquim, por sua
vez, era censurado pelos sacerdotes por não ter filhos. Tudo isso fazia com que
o casal sofresse bastante.
Santa Ana e São
Joaquim, porém, eram pessoas de fé e confiavam em Deus, apesar de todo
sofrimento que viviam. Assim num dado momento da vida, São Joaquim resolveu
retirar-se no deserto, para rezar e fazer penitencia. Nessa ocasião, um anjo
apareceu e disse que suas orações tinham sido ouvidas. Ao mesmo tempo o anjo
apareceu também a Santa Ana confirmando que as orações do casal tinham sido
ouvidas. Assim pouco tempo depois que São Joaquim voltou para casa, Ana
engravidou. Parece que através do sofrimento, Deus estava preparando aquele
casal para gerar Maria a virgem pura concebida sem pecados.
Segundo a tradição
cristã no dia 8 de setembro do ano 20 A.C, Santa Ana deu à luz uma lida menina
a qual o casal colocou o Nome de Miriam, que em hebraico, significa “Senhora da Luz”. Na tradução para o
latim ficou “Maria”. A vergonha
tinha ficado para trás. E daquela que todos diziam ser estéril nasceu a Nossa
Senhora, a Mãe do Salvador.
Santa Ana e São Joaquim
são fundamental importância na História da Salvação. Não só pelo nascimento de
Maria, mais também pela formação que deram à futura Mãe do Salvador.
Santa Ana é a padroeira
dos avós. Mais também invocada pelas mulheres que não conseguem engravidar.
Santa Ana é também a padroeira da educação, tendo educado Nossa Senhora e
influenciado profundamente na educação de Jesus. Santa Ana, Avó de Jesus. Ela sabe dar o carinho a
atenção das avós. Ela conhece o aconchego que só as avós podem dar aos netos.
Por isso recorremos a Santa Ana com confiança. Com a mesma confiança que nos
aproximamos de nossas tão queridas avós para pedir as graças que precisamos.
Nanã Buruquê Santa Ana
São Joaquim Maria e Santa Ana
Lendas I
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de
fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou
fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mais a criatura ficou dura. De pedra, mais ainda a
tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e
até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a
Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas,
que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele
caminhou. Com a ajuda dos Orixás povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem
que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar a natureza de Nanã. Nanã
deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Lendas II
No início
dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de
Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos
os reinos foram divididos por Olorum e entregues aos orixás uns passaram a
adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi
dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um
grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era
solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder
tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma
voz autoritária:
- Volte já para o seu caminho rapaz! - Era
Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades
- Para passar por aqui tem que pedir licença!
- Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente.
Há um povo inteiro que precisa de mim.
-Não me interessa o que você é e sua urgência
não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do
que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio:
- O que uma
velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me
impedirá!
Nanã
imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço.
O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de
água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o
sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram
longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu
avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou:
-Velha feiticeira, você é forte não nego,
porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais
pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas carnes sejam
totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma
floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém.
Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer
espécie.
Ficou
furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu
trunfo: - Ogum não passou!
Ervas para Banho
Manjericão Roxo,
Colônia, Ipê Roxo, folha da quaresma, Erva de Passarinho, Dama da Noite, Canela
de Velho, Salsa da Praia, Manacá. (Em algumas casas: Assa peixe, cipreste, erva
macae, dália vermelho escura, folha de berinjela, folha de limoeira, rosa
vermelho escuro tradescencia.
(Ervas para banho prevalecendo sempre o número impar sendo 3, 5, 7....)
Curiosidades
Dia
da Semana: Sábado (Em algumas casas segunda)
Saudação:
Saluba Nanã
Bebida:
Champanhe branca, Vinho branco, Água
Flores:
Todas as Flores Roxas
Comemoração:
Comemorasse no dia 26 de Julho
Cor: Lilás ou Roxo
Simbolo: Ibiri
Pontos de Nanã
Lê,
Lê, lê, lê, lê, Lê. Vamos sarava Nanã Buruquê
Lê,
Lê, lê, lê, lê, Lê. Vamos sarava Nanã Buruquê
Na
ponta da fita tem dendê... Vamos sarava Nanã Buruquê
Quem
corta o mal e salva você... é Nanã, é Nanã Buruquê
Quem
é mãe de Obaluaê... é Nanã, é Nanã
Buruquê
Eu
já louvei Iansã, eu já louvei Oxum
Agora
é você... É Nanã, é Nanã Buruquê.
Lá vem vovó com sua canoa remando no mar
Lá vem vovó com sua canoa remando no mar
Lá vem vovó com sua canoa remando no mar
Lá vem vovó com sua canoa remando no mar
Oh Nanã, oh Nanã Buruquê
Eu quero ver onde é sua morada
Oi Nanã mora, mora na cachoeira
Mora no rio, e mora nas ondas do mar
Oh Nanã, oh Nanã Buruquê
Eu quero ver onde é sua morada
Oi Nanã mora, mora na cachoeira
Mora no rio, e mora nas ondas do mar
Na lagoa de Nanã, saluba Nanã Buruquê
Na lagoa de Nanã, saluba Nanã Buruquê
Encanta os seus filhos, saluba Nanã Buruquê
Com seu manto iluminado, saluba Nanã Buruquê
Água e terra é seu poder, saluba Nanã Buruquê
Oração Oh minha mãe nanã, eu peço a benção e proteção para
todos os passos da minha vida. Peço que abençoe o meu coração, minha cabeça,
meu espírito e meu corpo. Que os poderes dados somente a senhora das senhoras,
sejam caridosos e benevolentes e me escodam de meus inimigos ocultos e
poderosos. Minha querida mãe e senhora tenha piedade de meu coração. Minha
querida Mãe e senhora, faça com que eu seja puro de coração para merecer a sua
proteção e caridade.
Amém!
Vídeo
Oxumarê me deu dois barajás, pra festa de Nanã
A velha
deusa das águas quer mungunzá
Seu ibiri enfeitado de fitas e búzios
E o canto para assentar, mandou cantar
E Salubá
E o canto para assentar, mandou cantar
E Salubá
Ela vem no som da chuva, dançando devagar seu ijexá
Senhora da candelária, abá
Pra toda a sua nação iourubá
Ela vem no som da chuva, dançando devagar seu ijexá