Lenda da Pomba Gira Menina da
Praia
Carrana (Pombagira Menina da
Praia), em uma ilha do oceano pacifico, viveu Carrana, em uma aldeia de
pescadores. Onde esses pescadores adoravam o grande rei maligno do mar, DAGON,
por teme-lo a grande fúria do mar, e o mar não dar mais peixes e alimentos a
seu povo.
O povo com medo da fúria de DAGON
o rei maligno do mar, faziam a cada sete anos um sacrifício para acalma-lo,
levando uma menina virgem até a beira da praia, amarrando-a em duas pedras,
entregando-a a DAGON, e quando subisse a maré para leva-la.
Carrana que era uma menina que
tinha os conhecimentos dos Ondinos, que havia sido passado de sua avó para ela,
sabia os rituais. Carrana revolta com tudo isso, os sacrifícios oferecidos a
DAGON. Então em uma noite de lua cheia foi a beira da praia com os sagrados
pergaminhos dos Ondinos, escondida de seu pai de sua avó. Ela foi na beira da
praia invocar DAGON, pois ela era a única menina que nunca tinha sido oferecida
a DAGON, pois ela estava sendo preparada para ser a grande Sacerdotisa de seu
povo.
Carrana fazendo o ritual invocou
o temível DAGON, nesse momento o mar se abriu e saiu DAGON em forma de um anjo,
e ele perguntou para Carrana, o que vos quer de mim, o menina tão pequenina.
Carrana respondeu ao terrível
DAGON, porque vós leva a cada sete anos uma menina da minha aldeia, então DAGON
respondeu, porque busco por uma rainha. Então Carrana perguntou a DAGON, o que
é preciso para libertar meu povo dessa maldição, então DAGON respondeu...
Somente a verdadeira Sacerdotisa teria o poder de acalmar as ondas do
amanhecer, e de acalmar a grande fúria que há dentro de mim.
Carrana então falou, a DAGON.
Estou aqui para vós libertar meu povo desses sacrifícios, me ofereço a ir junto
com vós e ser sua noiva eternamente, e quando a primeira onda do amanhecer bater
na areia da praia seremos um só.
DAGON, vendo Carrana sem medo de
enfrenta-lo lhe propôs. Eu liberto seu povo, mais você ficara presa entre a
beira da praia e o mar. Pois você foi a única de todas as meninas que teve a
coragem e a audácia de vir falar comigo para salvar todo seu povo dos
sacrifícios, pois então libertarei seu povo, mais você ficara eternamente presa
entre a praia e o mar, e seu povo a partir de hoje fará oferendas de frutas,
perfumes e essências a todos os seres do mar.
Desde então Carrana ficou sendo a
protetora dos pescadores e das meninas que vagam na beira da praia, por isso
que sempre que você for à beira da praia ira ver o espírito de Carrana que ali
está, por isso que todas as oferendas que são entregues no mar, retornam à
beira da praia para sempre.
Lenda
da Baiana Maria da Navalha
Alguns
diziam que ela era mulher de vida fácil, porém ela sempre trabalhou muito para
sustentar seu irmão doente mental. Trabalhou no cais, nos mais diversos bares,
botecos e Bin bocas que já existiu. Lá fez fama pelo seu temperamento rude e de
difícil amizade, talvez, por sua vida humilde.
Logo
após nascer seu irmão houve complicações com o parto, vindo a falecer a Mãe,
uma mulher doce e dedicada aos seus filhos e marido. O Pai, um militar muito
severo, não conformado, rejeita o próprio filho e foi aí que Maria Regina das
Dores, mais tarde chamada de Maria Navalha, se pôs Entre o Pai martirizado pela
morte de sua amada e um filho que apresentava uma deficiência mental.
Tudo
isso a coagiu para uma vida de sofrimentos e angústias. Logo depois, o pai
também se foi. Morreu de tristeza, pois não suportou a partida de tão doce
mulher.
Após
seu falecimento, eles tiveram que se mudar para um lugar muito humilde. Então,
Maria Navalha, com seus 14 anos, começa entender que a vida para as mulheres na
década de 50 não era tão fácil assim.
Trabalhou
em casa de família, mas seu jeito meigo logo atraia os olhares maliciosos de
Patrões sedentos de desejos e foi por um deles que ela acabou deixando-se
seduzir. Com esse patrão, ela compartilhou 10 anos de sua vida, até que um dia
ele se foi sem deixar nenhuma notícia.
Ela
que sempre foi contra a dependência, logo naquele momento voltava para a rua da
amargura com seu irmão que sempre estava ao seu lado. Seu desvio mental em nada
comprometia o carinho e afeto de irmão e amigo que ela sentia. Foram muitas as
noites que ela se pegou chorando, sem ter o que comer, com fome e frio na rua.
Até que um dia se mudaram para o porto, de onde sigo com minha história.
Não
demorou e logo arrumou um emprego de garçonete em um prostíbulo. Ela era tão
assediada que as meninas que ali ganhavam sua vida vendendo seu corpo se
incomodavam com aquela bela jovem que agora já tinha seus 25 anos.
Em
meio às várias pessoas que ali frequentavam, apareceu, um homem negro, bem
trajado, de terno de linho branco e com uma gravata vermelha que deixava um ar
de conquistador. Ele, então, pediu uma bebida: “me da uma cerveja e meia minha
querida” - disse aquele homem que tremia os olhares enquanto esperava.
Em
seguida, sacou de seu bolso um baralho com que ficou a cartear em cima da mesa
provocando o olhar de muitos ali naquele local. Não demorou muito, chegou o
primeiro querendo saber o que mais do que boa pinta o nobre negro vestido tinha
a oferecer. Então, ele tirou seu relógio e disse: “tenho isso”. Era um relógio
ainda de corrente, muito bonito por sinal.
E
foi só com isso que ele depenou os pobres frequentadores do local. Entre uma
rodada e outra, seu olhar se virava para a Maria, doce, bela e bonita e ela
correspondia com um sorriso de deboche, ao acabar com quase todos ali presentes
e com o bolso cheio de “pataco” ele se levantou, como se é de costume e pediu
uma Parati (pinga) para finalizar sua noite.
Ele
nunca passava das 03 h 00 min da manha. Eram ordens expressas de uma vidente.
Então, tomou a Pitu, uma pinga que lhe dava ânimo para chegar a sua morada.
Antes de sair, agradeceu à Maria e se foi.
Após
algumas horas de sua partida, Maria, cansada por mais um dia de exaustivo
trabalho, também foi se embora e ao passar por uma viela escura, um caminho
mais curto, próximo a Av. Mem de Sá, se deparou com duas pessoas suspeitas, que
tinham um olhar de maldade e cobiça. Nisso, ela apressou seus passos na
tentativa de despistar aqueles homens estranhos. Quando ela sem esperar, outro
homem a cerca entre as vielas, segura a em seu braço e lhe diz: “olá, bela
moça”.
Vejo
que me viu perder tudo que tinha nos bolsos para aquele homem de terno e não
quero mais perder, pelo menos quero você agora como uma recompensa pelo pataco
perdido. Também vi que dava risada da minha má sorte ao lado daquele negro
malandro!”
Nesse
instante, ela correu em direção ao outro lado da viela e lá estavam os dois que
a estavam perseguindo. Sentindo–se sem salvação, começou a pedir para São
Jorge, seu santo de devoção a quem sempre teve um grande carinho e fé, para que
a socorresse. Como em um passe de mágica, mais do que depressa, veio aquele
negro todo engomado, cheio de passos bonitos até pra andar e disse: “Boa noite
seu moço, você diz que me conhece, tem razão de me conhecer, eu nasci de
madrugada antes do dia amanhecer”.
Em
seguida, retirou do bolso da sua calça, uma navalha e como se fosse cortar um
papel perfura o rosto do perdedor inconformado, que logo sai todo molhado com
seu próprio sangue ruim e cheio de ódio. Os dois, mais do que depressa, também
resolvem se retirar por medo ou por simplesmente vontade de não estar ali
naquele nevoeiro que aumentava cada vez mais, fazendo o pavor crescer ainda
mais.
Ao
se virar, Maria percebeu que a roupa branca do nego malandro estava cheia de
sangue, resultado do corte do inimigo que tentara incomodar a bela mulher.
Então, num intuito de agradecer ao seu belo herói, ela o convidou para que ele
fosse pelo menos amenizar as manchas que estivera em sua nobre roupa e eles,
assim, foram conversando, dando muitas risadas e ela cada vez mais seduzida e
ele cheio de chamego pela bela moça.
Ao
chegar, ele retirou o paletó e ela começou a lavá-lo. Em seguida, deixou-o
secar um pouco, porém, não houve sucesso na retirada de toda a mancha e eles
começaram a beber.
Ela
tinha não se sabe por que, uma garrafa de coquinho que serviu a si e ao herói.
Ele, cada vez mais sedutor, fazia-a dar altas risadas enquanto o irmão dela
roncava em sono pesado, sem imaginar que tinha visita.
De
tanto beber, ela acabou adormecendo e ao acordar sentiu algo diferente em si
mesma, como se estivesse mais ousada, mais capaz, mas forte. Ao se levantar, o
belo homem já tinha ido sem deixar rastro, apenas um bilhete e a navalha em
cima como apoio. No bilhete, ele dizia:
“Obrigado
por confiar em mim”. Essa navalha nos une para todo o sempre e com ela vais
cortar a injustiça, a maldade e a mentira.
“Saiba
usar porque seu fio de corte está ligado diretamente ao seu coração saiba
separar os bons dos maus e eu estarei sempre ao seu lado”.
Seu
olho se encheu de água com a partida do seu eterno herói, sem nem ao menos um
beijo de despedida, nada, apenas aquela navalha. Logo ela que demorou tanto
para se simpatizar com outro homem, mal isso tinha acontecido e já houve a
separação.
Conforme
ele disse, ela fez. Sempre que precisava de ajuda, a navalha a ajudava, tanto
que os homens e pessoas ruins a apelidaram de Maria Navalha. Não havia quem a
não conhecia.
Logo
que a vida começou a melhorar, ela comprou um chapéu Panamá de fita vermelha
igual ao do seu amado e usava sempre para todo lado que ia. Às vezes, achavam
que ela gostava de mulheres, pois fazia uma cara de mau e brigava como um
homem, mas na verdade ela sempre esperava um dia poder reencontrar seu grande
amor.
Texto
da médium Grazieli,que incorpora Dona Maria Navalha.
Fonte: http://acartomantepriscila.blogspot.com
Lenda do Exu Caveira
Sou Exú, assentado nas forças do Sagrado Omulú e sob sua
irradiação divina trabalho. Fui aceito pelo Divino Trono Mehor-Yê e nomeado Exu
a mais ou menos dois milênios, depois de minha última passagem pela terra, a
qual fui um pecador miserável e desencarnei amarrado ao ódio, buscando a
vingança, dando vazas ao meu egoísmo, vaidade e todos os demais vícios humanos
que se possa imaginar.
Fui senhor de um povoado que habitava a beira do grande rio
sagrado. Nossa aldeia cultuava a natureza e inocentemente fazia oferendas
cruéis de animais e fetos humanos. Até que minha própria mulher engravidou e o
sumo sacerdote, decidiu que a semente que crescia no ventre de minha amada,
devia ser sacrificado, para acalmar o deus da tempestade. Obviamente eu não
permiti que tal infortúnio se abatesse sobre minha futura família, até porque
se tratava do meu primeiro filho. Mas todo o meu esforço foi em vão. Em uma
noite tempestuosa, os homens da aldeia reunidos, invadiram minha tenda
silenciosamente, roubaram minha mulher e a violentaram, provocando imediato
aborto e com o feto fizeram a inútil oferenda no poço dos sacrifícios. Meu
peito se encheu de ódio e eu nada fiz para conte-lo. Simplesmente e enquanto
houve vida em mim, eu matei um por um dos algozes de minha esposa inclusive o
tal sacerdote.
Passei a não crer mais em deuses, pois o sacrifício foi
inútil. Tanto que meu povoado sumiu da face da terra, soterrado pela areia,
tamanha foi a fúria da tempestade. De repente o que era rio virou areia e o que
areia virou rio. Mas meu ódio persistia. Em meus olhos havia sangue e tudo o
que eu queria era sangue. Sem perceber estava sendo espiritualmente
influenciado pelos homens que matei, que se organizaram em uma trevosa falange
a fim de me ver morto também. O sacerdote era o líder. Passei então a ser
vítima do ódio que semeei.
Sem morada e sem rumo, mas com um tenebroso exército de
homens odiosos, avançamos contra várias aldeias e povoados, aniquilando vidas
inocentes e temerosamente assombrando todo o Egito antigo. Assim invadimos
terras e mais terras, manchamos as sagradas águas do Nilo de sangue, bebíamos e
nos entregávamos às depravações com todas as mulheres que capturávamos. Foi uma
aventura horrível. Quanto mais ódio eu tinha, mais eu queria ter. Se eu não
podia ter minha mulher, então que nenhum homem em parte alguma poderia ter.
Entreguei-me a outros homens, mas ao mesmo tempo violentava bruscamente as
mulheres. As crianças, lamentavelmente nós matávamos sem piedade. Nosso rastro
era de ódio e destruição completas. Até que chegamos aos palácios de um
majestoso faraó, que também despertava muito ódio em alguns dos mais
interessados em destruí-lo, pois os mesmos não concordavam com sua doutrina ou
religião. Eis que então fomos pagos para fazer o que tínhamos prazer em fazer,
matar o faraó.
Foi decretada então a minha morte. Os fiéis soldados do
palácio, que eram muito numerosos, nos aniquilaram com a mesma impiedade que
tínhamos para com os outros. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Isto
coube na medida exata para conosco.
Parti para o inferno. Mas não falo do inferno ao qual os
leitores estão acostumados a ouvir nas lendas das religiões efêmeras que pregam
por aí. O inferno a que me refiro é o inferno da própria consciência. Este sim
é implacável. Vendo meu corpo inerte, atingido pelo golpe de uma espada, e
sangrando, não consegui compreender o que estava acontecendo. Mas o sangue que
jorrava me fez recordar-me de todas as minhas atrocidades. Olhei todo o espaço
ao meu redor e tudo o que vi foram pessoas mortas. Tudo se transformou De repente. Todos os espaços eram preenchidos com corpos imundos e fétidos,
caveiras e mais caveiras se aproximavam e se afastavam. Naquele êxtase, cai
derrotado. Não sei quanto tempo fiquei ali, inerte e chorando, vendo todo
aquele horror.
Tudo era sangue, um fogo terrível ardia em mim e isso era
ainda mais cruel. Minha consciência se fechou em si mesma. O medo se apossou de
mim, já não era mais eu, mas sim o peso de meus erros que me condenava. Nada eu
podia fazer. As gargalhadas vinham de fora e atingiam meus sentidos bem lá no
fundo. O medo aumentava e eu chorava cada vez mais. Lá estava eu, absolutamente
derrotado por mim mesmo, pelo meu ódio cada vez mais sem sentido. Onde estava o
amor com que eu construí meu povoado? Onde estavam meus companheiros? Minha
querida esposa? Todos me abandonaram. Nada mais havia a não ser choro e ranger
de dentes. Reduzi-me a um verme, jogado nas trevas de minha própria consciência
e somente quem tem a outorga para entrar nesta escuridão é que pode avaliar o
que estou dizendo, porque é indescritível. Recordar de tudo isto hoje já não me
traz mais dor alguma, pois muito eu aprendi deste episódio triste de minha vida
espiritual.
Por longos anos eu vaguei nesta imensidão escura, pisoteado
pelos meus inimigos, até o fim das minhas forças. Já não havia mais suspiro,
nem lágrimas, nem ódio, nem amor, enfim nada que se pudesse sentir. Fui
esgotado até a última gota de sangue, tornei-me um verme. E na minha condição
de verme, eu consegui num último arroubo de minha vil consciência pedir socorro
a alguém que pudesse me ajudar. Eis que então, depois de muito clamar, surgiu
um alguém que veio a tirar-me dali, mesmo assim arrastado. Recordo-me que
estava atado a um cavalo enorme e negro e o cavaleiro que o montava
assemelhava-se a um guerreiro, não menos cruel do que fui. Depois de longa
jornada, fui alojado sobre uma pedra. Ali me alimentaram e cuidaram de mim com
desvelo incompreensível. Será que ouviram meus apelos? Perguntava-me
intimamente. Sim claro, senão ainda estaria lá naquele inferno, respondia-me a
mim mesmo. “–Cale-se e aproveite o alvitre que vosso pai vos concedeu.” - Disse
uma voz vinda não sei de onde. O que eu não compreendi foi como ele havia me
ouvido, já que eu não disse palavra alguma, apenas pensei, mas ele ouviu.
Calei-me por completo.
Por longos e longos anos fiquei naquela pedra, semelhante a
um leito, até que meu corpo se refez e eu pude levantar-me novamente. Apresentou-se
então o meu salvador. Um nobre cavaleiro, armado até os dentes. Carregava um
enorme tridente cravado de rubis flamejantes. Seu porte era enorme. Longa capa
negra lhe cobria o dorso, mas eu não consegui ver seu rosto.
– Não tente me olhar imbecil, o dia que te veres, verás a
mim, porque aqui todos somos iguais.
Disse o homem em tom severo. Meu corpo tremia e eu não
conseguia conter, minha voz não saia e eu olhava baixo, resignando-me perante
suas ordens.
– Fui ordenado a conduzir-lhe e tenho-te como escravo. Deves
me obedecer se não quiser retornar àquele antro de loucos que estavas. Siga
minhas instruções com atenção e eu lhe darei trabalho e comida. Desobedeça e
sofrerás o castigo merecido.
– Posso saber seu nome, nobre senhor?
– Por enquanto não, no tempo certo eu revelarei, agora
cale-se, vamos ao nosso primeiro trabalho.
– Está bem.
Segui o homem. Ele a cavalo e eu corria atrás dele, como um
serviçal. Vagamos por aqueles lugares sujos e realizamos várias tarefas juntos.
Aprendi a manusear as armas, que me foram dadas depois de muito tempo. Aos
poucos meu amor pela criação foi renascendo. As várias lições que me foram
passadas me faziam perceber a importância daqueles trabalhos no astral
inferior. Gradativamente fui galgando os degraus daquele mistério com
fidelidade e carinho. Ganhei a confiança de meu chefe e de seus superiores. Fui
posto a prova e fui aprovado. Logo aprendi a volitar e plasmar as coisas que
queria. Foram anos e anos de aprendizado. Não sei contar o tempo da terra, mas
asseguro que menos de cem anos não foram.
Foi então que numa assembleia repleta de homens iguais ao
meu chefe, eu fui oficialmente nomeado Exu. Nela eu me apresentei ao Senhor
Omulú e ao divino trono de Mehor-yê, assumindo as responsabilidades que todo
Exu deve assumir se quiser ser exu.
– Amor a Deus e às suas leis;
– Amor à criação do Pai e a todas as suas criaturas;
– Fidelidade acima de tudo;
– Compreensão e estudo, para julgar com a devida sabedoria;
– Obedecer às regras do embaixo, assim como as do em cima;
E algumas outras regras que não me foi permitido citar, dada
a importância que elas têm para todos os Exus.
A princípio trabalhei na falange de meu chefe, por gratidão
e simpatia. Mas logo surgiu-me a necessidade de ter minha própria falange,
visto que os escravos que capturei já eram em grande número. Por esta mesma
época, aquele antigo sacerdote, do meu povoado, lembram-se? Pois é, ele
reencarnou em terras africanas e minha esposa deveria ser a esposa dele, para
que a lei se cumprisse. Vendo o panorama do quadro que se formou, solicitei
imediatamente uma audiência com o Divino Omulú e com O Senhor Ogum – Megê e
pedi que intercedessem para que eu pudesse ser o guardião de meu antigo algoz.
Meu pedido foi atendido. Se eu fosse bem sucedido poderia ter a minha falange.
Assim assumi a esquerda do sacerdote, que, na aldeia em que nasceu, foi
preparado desde menino para ser o Babalorixá, em substituição ao seu pai de
sangue. A filha do babalaô era minha ex - esposa e estava prometida ao seu
antigo algoz. Assim se desenvolveu a trama que pôs fim às nossas diferenças.
Minha ex-mulher deu a luz a vinte e quatro filhos e todos eles foram criados
com o devido cuidado. Muito trabalho eu tive naquela aldeia. Até que as
invasões e as capturas e o comércio de negros para o ocidente se fizeram. Os
trabalhos redobraram, pois tínhamos que conter toda a revolta e ódio que
emanava dos escravos africanos, presos aos porões dos navios negreiros.
Mas meu protegido já estava velho e foi poupado, porém seus
filhos não, todos foram escravizados. Mas era a lei e ela deveria ser cumprida.
Depois de muito tempo uma ordem veio do em cima: “Todos os
guardiões devem se preparar, novos assentamentos serão necessários, uma nova
religião iria nascer, o que para nós era em breve, pois não sei se perceberam,
mas o tempo espiritual é diferente do tempo material. Preparamo-nos, conforme
nos foi ordenado. Até que a Sagrada Umbanda foi inaugurada. Então eu fui
nomeado Guardião à esquerda do Sagrado Omulu-Yê e então pude assumir meu trono,
meu grau e meus degraus. Novamente assumi a obrigação de conduzir meu antigo
algoz, que hoje já está no em cima, feito meritoriamente alcançado, devido a
todos os trabalhos e sacrifícios feitos em favor da Umbanda e do bem.
Hoje, aqui de meu trono no embaixo, comando a falange dos
Exus Caveira e somente após muitos e muitos anos eu pude ver minha face em um
espelho e notei que ela é igual à de meu tutor querido o Grande Senhor Exu Tatá
Caveira, ao qual devo muito respeito e carinho. Não confundam Exu Caveira, com
Exu Tatá Caveira, os trabalhos são semelhantes, mas os mistérios são
diferentes. Tatá Caveira trabalha nos sete campos da fé; Exu caveira trabalha
nos mistérios da geração na calunga, porque é lá que a vida se transforma,
dando lugar à geração de outras vidas, mas não se esqueçam que há sete
mistérios dentro da geração, principalmente a Lei Maior, que comanda todos os mistérios
de qualquer Exu. Onde há infidelidade ou desrespeito para com a geração da vida
ou aos seus semelhantes, Exu Caveira atua, desvitalizando e conduzindo no
caminho correto, para que não caiam nas presas doloridas e impiedosas do Grande
Lúcifer-Yê, pois não desejo a ninguém um décimo do que passei. Se vossos atos
forem bons e louváveis perante a geração e ao Pai Maior, então vitalizamos e
damos forma a todos os desejos de qualquer um que queira usufruir dos
benefícios dos meus mistérios. De qualquer maneira, o amor impera, sim o amor,
e por que Exu não pode falar de amor? Ora se foi pelo amor que todo Exu foi
salvo, então o amor é bom e o respeito a ele conserva-nos no caminho. Este é o
meu mistério. Em qualquer lugar da calunga, pratique com amor e respeito a sua
religião e ofereça velas pretas, vermelhas e roxas, farofa de pinga com miúdos
de boi. Acenda de um a sete charutos, sempre em números ímpares e aguardente.
De acordo com o número de velas, se acender sete velas, assente sete copos e
sete charutos, assim por diante. Agrupe sempre as velas da mesma cor juntas e
forme um triângulo com o vórtice voltado para si, as velas roxas no vórtice, as
pretas à esquerda e as vermelhas à direita, simbolizando a sua fidelidade e
companheirismo para conosco, pois Exu Caveira abomina traição e infidelidade,
como, por exemplo, o aborto, isto não é tolerado por mim e todos os que
praticam tal ato é então condenado a viver sob as hostes severas de meu
mistério. Peça o que quiser com fé, e com fé lhes trarei, pois todos os Exus
Caveira são fiéis aos seus médiuns e àqueles que nos procuram.
A falange de Exus Caveira pertence à falange do Grande Tatá
Caveira, que é o pai de todos os Exus assentados à esquerda do Divino Omulú, os
demais não posso citar, falo apenas do meu mistério, pois dele eu tenho
conhecimento e licença para abrir o que acho necessário e básico para o vosso
aprendizado, quanto ao mais, busquem com vossos Exus pessoais, que são grandes
amigos de seus filhos e certamente saberão orientar com carinho sobre vossas
dúvidas. Um último detalhe a ser revelado é que todos os que têm Exu Caveira
como Exu de trabalho ou protetor, é porque em algum momento do passado, pecaram
contra a criação ou à geração e ambos, protetor e protegido tem alguma
correlação com estes atos errôneos de vidas anteriores.
Tenham certeza, se seguirem corretamente as orientações, com trabalho e disciplina, o mesmo que sucedeu com meu antigo e grande sumo sacerdote, sucederá com vocês também, porque este é o nosso desejo. Mais a mais, se um Exu de minha falange consegue vencer através de seu médium ou protegido, ele automaticamente alcança o direito de sair do embaixo e galgar os degraus da evolução em outras esferas.
Tenham certeza, se seguirem corretamente as orientações, com trabalho e disciplina, o mesmo que sucedeu com meu antigo e grande sumo sacerdote, sucederá com vocês também, porque este é o nosso desejo. Mais a mais, se um Exu de minha falange consegue vencer através de seu médium ou protegido, ele automaticamente alcança o direito de sair do embaixo e galgar os degraus da evolução em outras esferas.
Que o Divino Pai maior possa lhes abençoar e que a Lei Maior
e a Justiça Divina lhes deem as bênçãos de dias melhores.
Com carinho
Senhor Exu Caveira.
Fonte: https://povodearuanda.wordpress.com
Fonte: http://www.iledexapana.brtdata.com.br/
Jalusa Correia era uma bela mulher, morena de vastos cabelos negros, tinha ainda magníficos olhos verdes que a todos encantava. Aos dezessete anos se casou e teve dois filhos, que foram por algum tempo a razão de sua existência.
Quando estava prestes a completar seu vigésimo terceiro aniversário uma tragédia abateu-se sobre ela, seu marido e filhos faleceram em um pavoroso acidente de trem e da noite para o dia tornou-se uma pessoa imensamente triste e solitária. Por muitos anos carregou o peso na consciência por não estar com eles nesse momento. Culpava-se intimamente porque nesse fatídico dia tivera uma indisposição séria e não quisera acompanhá-los na pequena viagem que mensalmente faziam à cidade vizinha. O remorso a torturava como se com isso conseguisse diminuir o tamanho de sua dor.
Dez anos se passaram até que Jalusa voltasse a sorrir, apesar do coração em frangalhos. Foi nesse período que Jorge apareceu em sua vida. O jovem viúvo logo se tomou de amores pela solitária e encantadora mulher. Conhecendo o trauma vivido por ela, teve a certeza de haver encontrado a mãe que sua filha precisava. A pequena Lourdes ficara órfã muito cedo e com apenas seis anos não conseguia esquecer a morte de sua genitora, tornando-se uma criança frágil e assustadora. Não demorou muito para que se casassem. No inicio Jalusa foi exemplar, como mãe e esposa, de repente, sem entender o motivo, começou a odiar a pequena menina. Lourdes a irritava, cada palavra dita por ela, entrava em seus ouvidos como uma ofensa. A menina apanhava por qualquer coisa, eram palmatórias, surras de cipós e puxões de cabelo que a deixavam inteiramente dolorida. Com medo de dizer ao pai o que ocorria em sua ausência, Lourdes foi ficando a cada dia mais amarga e triste. Seus únicos momentos de alegria eram os passeios que fazia com o pai. Sempre que Jorge perguntava o que estava acontecendo ela mentia dizendo sentir saudades da mãe.
O ódio de Jalusa pela criança só aumentava, cada vez que a menina chegava perto dela, a lembrança de seus próprios filhos a atormentava: - Como pode uma criatura indecente dessas estar aqui, viva ao meu lado, e meus filhos lindos, mortos? - Era sempre nesses momentos que a menina era mais agredida. Um dia Jorge resolveu fazer uma surpresa e retornar mais cedo a casa. Ao entrar devagar para não ser notado, ouviu os gritos: - Sai vagabunda! - acompanhado do som de um tapa - abriu a porta justamente no instante em que sua filha era atirada contra um canto da parede. Num átimo, percebeu tudo que estivera ocorrendo em sua ausência. Correu até a mulher e a esbofeteou com rancor exigindo que saísse de sua casa imediatamente. Desse dia em diante, Jalusa passou a morar nas ruas, mendigando e xingando todas as crianças que lhe passassem por perto. Às vezes, chorava muito, mas logo se erguia e gargalhava alto. Em uma noite de intenso frio, seu espírito foi arrancado do corpo e levado para zonas sombrias onde por muitos anos procurou respostas para as mazelas passadas em vida. Depois de ter contato com suas vidas pregressas, percebeu os erros que cometia a cada encarnação onde sempre era a causadora de grandes males causados a crianças e suplicou ajuda para o ressarcimento de suas culpas.
Hoje, na vestimenta fluídica de Pombagira das sete Saias, procura sempre uma maneira de atender aos que a procuram com simpatia e carinho. Quem a conhece em terra sabe de sua predileção por jovens mães e o respeito que nutre por todas as crianças. Está enfim a caminho de uma grandiosa evolução. Laroiê Dona Sete Saias!
Lenda da Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas
Foi uma Rainha no seu tempo na terra, diz a
história ter sido ela uma linda cortesã que amarrou o coração de um Rei Francês
que a tornou Rainha. Passaram-se alguns anos e o Rei veio a falecer. A rainha
passou a tomar conta sozinha do seu reino o que deixou alguns membros da corte
indignados porque ela não teve filho para deixar o trono como herança e
tampouco parente sangue azul para substituí-la após a sua morte. Devido a
tenacidade da rainha o seu trono começou a ser cobiçado por outros reinos o que
trouxe muita preocupação para a política da corte, então o conselheiro real
convenceu a Rainha a casar-se novamente com um homem cujo o reino fosse ainda
maior que o seu para juntos vencerem as batalhas e trazer ao reinado a paz e a tranquilidade
que já não tinham mais. Um dia surgiu no castelo um homem que se dizia seduzido
pela beleza da rainha e dono de um reinado incalculável no oriente e a pediu em
casamento, a rainha preocupada com destino da sua corte e pela proteção de seu
trono, aceitou a oferta de imediato e logo em seguida casaram-se. Não demorou
muito a querida rainha foi envenenada pelo seu atual marido que logo após se
titulou o Rei e começou a governar a corte da pior maneira possível. A saudosa
rainha após o seu desencarne chegou ao mundo astral muito perdida e logo
começou a habitar o limbo devido a faltas graves que na terra havia cometido.
Depois de algum tempo na trincheira das trevas do astral a Rainha foi
encontrada pelo seu antigo Rei que no astral era conhecido como Senhor das
encruzilhadas, este senhor passou a cuida-la e incentiva-la a trabalhar do seu
lado para as pessoas que ainda viviam no plano material aliviando suas dores e
guerreando com inimigos astrais... O feito deste casal no astral tornou-se tão
conhecido e respeitado que o Exu Belo nomeou o Senhor das encruzilhadas como
Rei das Sete encruzilhadas e prontamente o Rei nomeou a sua Rainha. Juntos eles
passaram a reinar os caminhos das trevas e da luz e sob o seus comandos
milhares de entidades subordinadas que fizeram do Reino das sete encruzilhadas
o maior reino do astral médio superior. Passaram-se muitos anos e o Rei que
havia envenenado a rainha veio a morrer durante uma batalha, e este foi
resgatado pelos soldados da Rainha das sete encruzilhadas e o mesmo foi levado
até ela. O homem ainda atômico sem entender ainda o que estava acontecendo com
ele, se viu diante daquela poderosa mulher a qual foi obrigado a curvar-se e a
servi-la para o resto da sua eternidade como castigo por tê-la envenenado. E
hoje através das suas histórias que compreendemos que o povo de exu não são
entidades perdidas do baixo astral e sim entidades respeitadas e de muita
importância no mundo astral superior e inferior.
A Pombagira Rainha
das Sete Encruzilhadas adora a cor Maravilha, Vermelho, Preto e Dourado
trazendo na mão um cetro de ouro. Suas oferendas são sempre as mais caras, pois
ela é muito exigente. A Pombagira Rainha das 7 Encruzilhadas também é
conhecida no sudeste do país como “Dona 7” Se apresenta como uma mulher de meia
idade, muito reservada , educada, inteligente e culta. Ao contrário que muitas
pessoas pensam... é uma entidade calma e tranquila, mais quando chega ao mundo
para deixar seu recado, traz na garganta um grito de guerra onde expressa todo
o seu poder de vitórias.
Fonte: http://www.iledexapana.brtdata.com.br/
Lenda da Pombagira Rosa Caveira
Ela viveu aproximadamente a 2.300 anos antes de
Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita
terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na
primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e
amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu
parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só
praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um
cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes
eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e
dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até
morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há
muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o
sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua
mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz
a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta,
várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA
CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e em cima de um
Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe
(avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela
colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou
com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa
Caveira.
Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de
modo diferente pelas suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu
aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas
e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e
começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois
havia nascido em cima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de
caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais
raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar
com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda
de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que
ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu
pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também a
ensinou a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe
lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e
principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. Foi ai que suas irmãs
ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma
grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais
ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração
da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por
vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido em cima de um
cemitério.
Lenda da Pombagira Cigana das Estradas
Essa
Pombagira Cigana possui uma história bastante peculiar de solidão e
sofrimento. Nasceu na Baviera (Bayern - popularmente conhecida por Bavária),
uma das maiores regiões da Alemanha. Seu nascimento foi muito festejado
por seus pais, que pertencia a religião pagã dos Celtas -
o Druidismo. Ela seria uma sacerdotisa (Druidesa) e desde muito cedo
aprendeu a arte de curar, os nomes das ervas e a interpretar os sinais da
natureza. Aos doze anos era uma linda menina que conhecia muito de sua antiga
religião.
Nessa
época a Inquisição fazia incursões pela Europa caçando "bruxas" e
antigos seguidores das religiões ancestrais. Seus pais sempre mantinham tudo
muito bem guardado e escondido num porão. Mas, alguém os delatou e a Inquisição
bateu em sua porta. Seus pais foram presos, julgados e condenados. Seu irmão
foi degolado ali mesmo. E ela, por ser menina, foi preservada e levada até a
Itália, para ser a serva de um importante Bispo. Durante um ano tentou em vão
escapar. Quando a oportunidade surgiu, ela apunhalou seu captor e conseguiu
fugir. Foi ajudada por um guarda em troca de favores sexuais.
Atravessou
a Itália, com a intenção de retornar à Alemanha, mas quando soube das Guerras
que por lá estavam acontecendo, decidiu ir para a França. Já estava com 17 anos
e toda a sua inocência havia se perdido. Agora conhecia a realidade da vida e a
crueldade do homem. Sobreviveu na travessia, escondendo-se pela estrada,
viajando a noite e trocando favores como podia. Ela chegou ao sul da
França em 1728 e se instalou numa choupana abandonado próximo a um vilarejo.
Com o tempo, começou a praticar sua antiga religião e começou a ser
procurada por aqueles que precisavam de ajuda. Ganhou a confiança do vilarejo e
pode viver tranquilamente por vinte anos. Nunca quis casar, porque ainda
lembrava os maus tratos que sofreu, quando menina, nas mãos de seu captor.
Porém, a Inquisição voltou a encontrá-la e dessa vez não escapou. Foi presa, julgada e condenada por prática de bruxaria. Torturam-na e enforcaram-na numa encruzilhada da vila. Muitos no vilarejo também foram mortos. Durante algum tempo seu espírito vagou querendo vingança e perseguindo aqueles que a condenaram. Quando foi recolhida à Aruanda compreendeu sua história e relembrou sua missão de vida. Foi convidada a ficar e a trabalhar; poderia usar todo o seu conhecimento ancestral e auxiliar a quem necessitasse. Assim, tornou-se a Pombagira Cigana das Encruzilhadas, porque seu espírito viajou muito e conheceu muitas estradas...
Porém, a Inquisição voltou a encontrá-la e dessa vez não escapou. Foi presa, julgada e condenada por prática de bruxaria. Torturam-na e enforcaram-na numa encruzilhada da vila. Muitos no vilarejo também foram mortos. Durante algum tempo seu espírito vagou querendo vingança e perseguindo aqueles que a condenaram. Quando foi recolhida à Aruanda compreendeu sua história e relembrou sua missão de vida. Foi convidada a ficar e a trabalhar; poderia usar todo o seu conhecimento ancestral e auxiliar a quem necessitasse. Assim, tornou-se a Pombagira Cigana das Encruzilhadas, porque seu espírito viajou muito e conheceu muitas estradas...
Fonte:
http://umbandaempaz.blogspot.com.br
Lenda da Pombagira Sete Saias
Jalusa Correia era uma bela mulher, morena de vastos cabelos negros, tinha ainda magníficos olhos verdes que a todos encantava. Aos dezessete anos se casou e teve dois filhos, que foram por algum tempo a razão de sua existência.
Quando estava prestes a completar seu vigésimo terceiro aniversário uma tragédia abateu-se sobre ela, seu marido e filhos faleceram em um pavoroso acidente de trem e da noite para o dia tornou-se uma pessoa imensamente triste e solitária. Por muitos anos carregou o peso na consciência por não estar com eles nesse momento. Culpava-se intimamente porque nesse fatídico dia tivera uma indisposição séria e não quisera acompanhá-los na pequena viagem que mensalmente faziam à cidade vizinha. O remorso a torturava como se com isso conseguisse diminuir o tamanho de sua dor.
Dez anos se passaram até que Jalusa voltasse a sorrir, apesar do coração em frangalhos. Foi nesse período que Jorge apareceu em sua vida. O jovem viúvo logo se tomou de amores pela solitária e encantadora mulher. Conhecendo o trauma vivido por ela, teve a certeza de haver encontrado a mãe que sua filha precisava. A pequena Lourdes ficara órfã muito cedo e com apenas seis anos não conseguia esquecer a morte de sua genitora, tornando-se uma criança frágil e assustadora. Não demorou muito para que se casassem. No inicio Jalusa foi exemplar, como mãe e esposa, de repente, sem entender o motivo, começou a odiar a pequena menina. Lourdes a irritava, cada palavra dita por ela, entrava em seus ouvidos como uma ofensa. A menina apanhava por qualquer coisa, eram palmatórias, surras de cipós e puxões de cabelo que a deixavam inteiramente dolorida. Com medo de dizer ao pai o que ocorria em sua ausência, Lourdes foi ficando a cada dia mais amarga e triste. Seus únicos momentos de alegria eram os passeios que fazia com o pai. Sempre que Jorge perguntava o que estava acontecendo ela mentia dizendo sentir saudades da mãe.
O ódio de Jalusa pela criança só aumentava, cada vez que a menina chegava perto dela, a lembrança de seus próprios filhos a atormentava: - Como pode uma criatura indecente dessas estar aqui, viva ao meu lado, e meus filhos lindos, mortos? - Era sempre nesses momentos que a menina era mais agredida. Um dia Jorge resolveu fazer uma surpresa e retornar mais cedo a casa. Ao entrar devagar para não ser notado, ouviu os gritos: - Sai vagabunda! - acompanhado do som de um tapa - abriu a porta justamente no instante em que sua filha era atirada contra um canto da parede. Num átimo, percebeu tudo que estivera ocorrendo em sua ausência. Correu até a mulher e a esbofeteou com rancor exigindo que saísse de sua casa imediatamente. Desse dia em diante, Jalusa passou a morar nas ruas, mendigando e xingando todas as crianças que lhe passassem por perto. Às vezes, chorava muito, mas logo se erguia e gargalhava alto. Em uma noite de intenso frio, seu espírito foi arrancado do corpo e levado para zonas sombrias onde por muitos anos procurou respostas para as mazelas passadas em vida. Depois de ter contato com suas vidas pregressas, percebeu os erros que cometia a cada encarnação onde sempre era a causadora de grandes males causados a crianças e suplicou ajuda para o ressarcimento de suas culpas.
Hoje, na vestimenta fluídica de Pombagira das sete Saias, procura sempre uma maneira de atender aos que a procuram com simpatia e carinho. Quem a conhece em terra sabe de sua predileção por jovens mães e o respeito que nutre por todas as crianças. Está enfim a caminho de uma grandiosa evolução. Laroiê Dona Sete Saias!
Fonte: http://www.novaera.blog.br
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