segunda-feira, 9 de maio de 2016

AS SETE LAGRIMAS DE UM
PRETO VELHO


Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei por que as contei… Foram sete.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.
A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…
A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos negam.
A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.
Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.
Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma as sete lagrimas de um Preto Velho...


 Fonte: http://www.templodovaledosoledalua.org.br

sexta-feira, 6 de maio de 2016


Iemanjá

Eu escrevi um pedido na areia 
Pedindo a Zambi pra me socorrer 
Eu escrevi um pedido na areia 
Mas foi Mãe D'água que veio me valer 

E foi nas ondas do Mar 
Que entreguei os meus problemas 
E aprendi a confiar 
Que todo mal não dura para sempre 
E que a paz é uma semente que precisa semear 

E no horizonte de um mar tão infinito 
Iemanjá me acolheu e meu deu um mundo tão mais bonito 
Eu abri meu coração, ela me estendeu a mão 
E entreguei meu caminhar a Iemanjá